Cuidados Intensivos ao Paciente com Síndrome de Guillain-Barré

Cuidados Intensivos ao Paciente com Síndrome de Guillain-Barré


A síndrome de Guillain-Barré consiste em uma polirradiculopatia desmilielinizante inflamatória aguda auto-imune, na grande maioria das vezes reversível, que se caracteriza por uma desmielinização principalmente dos nervos motores, mas pode atingir também os nervos sensitivos. Caracteriza-se por comprometimento periférico ascendente, progressivo e geralmente simétrico, na qual as manifestações motoras predominam sobre as sensoriais. Caracteristicamente, há perda de força dos membros inferiores, perda do controle esfincteriano, comprometimento de pares cranianos e diminuição dos reflexos tendinosos profundos. Os sinais que devem chamar a atenção do pediatra geral são aqueles que comprometem ventilação, deglutição e movimentos oculares. Ainda que não seja uma desordem incomum, especialmente acima dos 60 anos, a doença atinge adultos e crianças

SINAIS E SINTOMAS
  • Parestesia (formigamento e dormência)
  • Debilidade muscular dos membros inferiores, membros superiores, tronco e músculos faciais progredindo rapidamente para a paralisia completa;
  • Acentuada dificuldade em falar, mastigar e deglutir (paralisia dos nervos cranianos);
OBS: O quadro neurológico freqüentemente é precedido de sinais de infecções sistêmicas, tais como: astenia, cefaléia, discreta hipertermia, dores musculares e articulares, coriza, dor de garganta, desordens digestivas. O paciente não perde o seu nível de consciência.
Vigilância contínua para que sejam detectados os sinais de insuficiência respiratória (dispnéia, aumento da freqüência cardíaca, respiração superficial e irregular);
 
 
 Cuidados Intensivos de Enfermagem
  • Manutenção das vias aéreas livres;
  • Assistência respiratória mecânica (manter o material para a assistência ventilatória pronto no lado da cama);
  • Monitorizar a ventilação mecânica;
  • Controle dos sinais Vitais, monitorização cardíaca,
  • Realizar balanço hídrico
  • Colaborar com a fisioterapia através da manutenção dos membros paralisados em condições funcionais, realização de exercícios passivos (prevenir deformidades e contraturas);
  • Assegurar uma hidratação adequada, auxiliar na fisioterapia e administrar a terapêutica anticoagulante prescrita ( prevenir tromboembolismo).
  • Manter uma nutrição adequada (NPT, SNG, SNE);
  • Manter uma comunicação com o paciente através de gestos, leitura labial;
  • Promover o alívio da ansiedade e do medo através da inserção familiar;
  • Promover higiene oral e corporal no leito, massagem de conforto, mudança de decúbito;
  • Cuidados com sondas e cateteres venosos;
  • Observar eliminação intestinal (fezes líquidas, constipação). 

 Referências Bibliográficas
1.Kieseier BC, Hartung HP. Therapeutic strategies in the Guillain-Barré syndrome. Semin Neurol. 2003;23(2):159-68.
2.Vucic S, Kiernan MC, Cornblath DR. Guillain-Barré syndrome: an update. J Clin Neurosci. 2009;16(6):733-41. Epub2009 Apr 7.
3.Ropper AH. The Guillain-Barré syndrome. N Engl J Med. 1992;326:1130-6.
4.Hughes RA, Rees JH. Clinical and epidemiologic features of Guillain-Barré syndrome. J Infect Dis. 1997;176 (Suppl 2):S92-8.