Terapia Nutricional em UTI

 A terapia nutricional faz parte integral do tratamento de doentes graves internados em unidades de terapia intensiva ( UTI). Praticar terapia nutricional nestes doentes envolve compreensão dos fenômenos e mecanismos patofisiológicos envolvidos em processos inflamatórios e infecciosos encontrados.
Pacientes admitidos em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), possuem um perfil metabólico nutricional característico que favorece o desenvolvimento da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). Esta pode evoluir para síndrome da disfunção de múltiplos órgãos (SDMO). A SDMO, em associação com hipermetabolismo, predispõe os pacientes críticos a um risco de óbito elevado, em torno de 30 a 85% independente da causa inicial. A mortalidade está diretamente relacionada com o número de órgãos envolvidos e a evolução do fator predisponente ou doença de base.

A implementação precoce de nutrição artificial em pacientes críticos tem como objetivo reduzir a proteólise muscular e visceral ao fornecer substratos exógenos para síntese de proteínas de fase aguda, que são priorizadas nas condições de estresse metabólico. Persistem dúvidas, contudo, quanto ao momento ideal de introdução da terapia nutricional segundo a estabilidade hemodinâmica, perfusão intestinal, esvaziamento gástrico e jejunal, e principalmente alterações da oxigenação tecidual. Novas entidades, como necrose intestinal com uso de NE precoce foram reportadas.
Para se obter melhores resultados nestes pacientes seria desejável a implementação de protocolos desenvolvidos pela Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com o perfil clínico metabólico característico e as repercussões de nutrientes na evolução clínica dos seus pacientes.